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Por que o púlpito tem perdido o poder?

Foto do escritor: Charles NascimentoCharles Nascimento

No século XIX, Charles H. Spurgeon, o príncipe dos pregadores Batistas, ao ensinar seus alunos de homilética, certa vez, disse que “aquele que não semeia nos seus estudos, não irá colher no púlpito”. Dois séculos depois, a sentença do pregador inglês permanece atual e de grande relevância para qualquer lugar onde existam púlpito e pregador.

 

Púlpitos fracos são resultados, dentre outras razões, da falta de uma disciplina do pregador em manter uma alimentação espiritual rica em estudos, devoção e comunhão na Palavra de Deus.

 

O pregador que, durante a semana, pouco ouviu de Deus para si mesmo, no seu tempo de estudo bíblico pessoal, não terá muito para falar de Deus, ao povo, no púlpito. A escassez das experiências de um insaciável desejo de saber sobre Deus através de Sua Palavra revelada, tem enfraquecido o ministério de pregação no púlpito. Isso porque, quando o pregador estaciona no conhecimento do seu Deus, perderá o entusiasmo e o fervor espirituais, para continuar pregando, com poder, a mensagem divina ao povo.

 

Além disso, a debilidade do púlpito é consequência do afastamento do propósito central que pregadores devem ter nesse ofício da pregação, a saber, glorificar a Deus pela fiel exposição da Palavra. Há púlpitos ocupados por habilidosos comunicadores, entretanto, pouco transmitem os desígnios de Deus. Púlpitos ocupados por mercadores da Palavra, que estão preocupados em manter os ouvintes e as suas contribuições financeiras, sem o compromisso com a sã doutrina bíblica. Sem falar dos púlpitos que são pouco usados para dar lugar a pregação do texto bíblico, dando espaço aos extensos, emotivos e mirabolantes testemunhos pessoais, ou aos prolongados, ensurdecedores e apelativos cânticos “do mundo gospel”.

 

Nesses lugares o púlpito deu lugar ao palco. Os adoradores são artistas e os que estão nos bancos da igreja, espectadores. O pregador torna-se mero apresentador, que apenas tenta manter a ordem das diversas e desnecessárias participações. O tempo de ouvir a Palavra é substituído por vídeos interativos, uma tímida leitura bíblica, avisos de uma agenda de atividades que mais parece o cronograma de uma empresa de sucesso.

 

Pela graça de Deus, podemos lembrar que há exceções, remanescentes, que tem descoberto os tesouros da exposição bíblica para a vida pessoal do pregador e o saudável crescimento da igreja do Senhor Jesus Cristo. Ainda temos pregadores como “padrão Esdras”, que dispõem “o coração para buscar a Lei do Senhor, e para a cumprir, e para ensinar” (Ed 7.10), fazendo o povo de hoje sentir o “coração arder” ao ouvir a exposição da Palavra do Senhor (Lc 24.32).

 

Que o Senhor da Palavra, continue abençoando seu povo com homens da Palavra, que pregam a Palavra, enchendo a igreja de deleite na Pessoa de Deus, confiantes no poder do Evangelho e com vidas em constante mudança a imagem do Filho amado, o Senhor da glória, Jesus Cristo.

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Pr. Charles Nascimento

Pastor na IBR Central de Mossoró RN

Graduado em História (UERN)

Mestre em Exposição Bíblica (LOGOS)

Autor dos livros:

“Esperança no sertão - uma biografia de Carlos Mateus”

 “O uso da imaginação na pregação”.

 

 

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