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Foto do escritorBruno Oliveira

Pastores e o “Churrasco de Camelo”

Em uma clara advertência à liderança religiosa da época, nosso Senhor Jesus Cristo acusou escribas e fariseus de coarem mosquitos e engolirem camelos.


“Condutores cegos! Que coais um mosquito e engolis um camelo. ” Mt 23.24


De acordo com a lei mosaica, o mosquito era considerado o menor animal impuro, por isso, assim como outros animais, seu consumo estava proibido aos judeus. “Todo o inseto que voa, que anda sobre quatro pés, será para vós uma abominação. ” Lv 11.20


Deste modo, para evitar incidentes, tornou-se costume do povo judeu coar suas bebidas a fim de não engolir descuidadosamente um mosquito sequer. Assim, demonstrava diante dos homens e nos mínimos detalhes, seu grande apreço pela Lei de Deus!


Já o camelo, era o maior animal considerado impuro de acordo com a Lei. “Destes, porém, não comereis; dos que ruminam ou dos que têm unhas fendidas; o camelo, que rumina, mas não tem unhas fendidas; esse vos será imundo; ” Lv 11.4


A hipérbole usada por Jesus tinha o objetivo de revelar o quanto os escribas e fariseus eram hipócritas ao manifestarem publicamente uma suposta preocupação em cumprirem partes da Lei de Deus com extremo rigor (as que lhes eram convenientes), chegando ao ponto de dizimarem as pequenas hortaliças plantadas no quintal de casa, como a hortelã, o endro e o cominho, não obstante, ignorando vergonhosamente o mais importante da lei, como a justiça, a misericórdia e a fé (Vide: Mt. 23.23). Portanto, coavam mosquitos, mas seus ventres estavam cheios de carne imunda!


Atualmente, os “escribas e fariseus” modernos mantêm as mesmas práticas dos tempos passados, isto é, coam mosquitos em público (o que alivia momentaneamente a consciência e melhora a reputação) e fazem, cada vez mais, no sigilo de suas casas e no oculto de seus corações irresistíveis “churrascos de camelo”!


Eu me refiro àqueles “pastores” que se preocupam mais com a liturgia do culto do que com a santidade do coração; eu me refiro àqueles “pastores” que pregam sobre amor ao próximo, mas maltratam suas esposas e filhos em casa; eu me refiro àqueles “pastores” que pregam sobre honestidade, mas quebram contratos e promessas; eu me refiro àqueles “pastores” que pregam teologicamente correto, mas vivem teologicamente errados; eu me refiro àqueles “pastores” que pregam forte sobre a Verdade, mas não se cansam de viverem uma mentira! Pregam sobre o perdão, mas não sabem perdoar; pregam sobre arrependimento, mas não se arrependem, aparentam famílias perfeitas, mas internamente estão à beira do colapso e da ruína!


Por último, eu me refiro àqueles “pastores” que, em razão de um coração duro e ganancioso, deixaram de apascentar o rebanho de Deus para apascentarem a si mesmos! “Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza, e dize aos pastores: Assim diz o Senhor Deus: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não devem os pastores apascentar as ovelhas? Comeis a gordura, e vos vestis da lã; matais o cevado; mas não apascentais as ovelhas. As fracas não fortalecestes, e a doente não curastes, e a quebrada não ligastes, e a desgarrada não tornastes a trazer, e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza. ” Ez 34.2-4


A esses “pastores”, assim como fez com os escribas e fariseus, o Senhor Jesus também os repreende com dureza e abertamente! Convoca-os ao arrependimento profundo e genuíno!


Os “churrascos de camelo” devem cessar imediatamente! A carne imunda precisa ser abandonada e renunciada! Os corações precisam ser quebrantados e plenamente consagrados ao Senhor! E que o Todo Poderoso se compadeça de todos os seus filhos e nos dê pastores que nos apascentem segundo o coração de Deus, cheios de ciência e inteligência! “E dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, os quais vos apascentarão com ciência e com inteligência. ” Jr 3.15.








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