Maria Madalena - Por que choras?
- Daleth Araujo
- 20 de abr.
- 5 min de leitura
Quem foi Maria Madalena? A primeira menção sobre ela se encontra em Lucas 8.1-3. Jesus estava andando pela região da Galileia, fazendo o seu ministério nas cidades e aldeias. Maria Madalena foi até Jesus e ele a libertou de sete demônios. Não podemos sequer imaginar a destruição, o tormento, o sofrimento que aqueles demônios causaram em sua vida. Mas Jesus era o único que poderia livrá-la da escravidão desse fardo tão pesado.
A partir desse momento, ela passa a andar com Jesus por todos os lugares. Ela o amava e o servia com todo o seu coração. Ela era imensamente grata por ter recebido a maior de todas as bênçãos. Ela entregara sua vida a Cristo, já liberta da condenação eterna, o inferno, e experimentando a verdadeira transformação que só o Senhor Jesus opera no pecador arrependido. Ela teria sido importante para alguém? Ninguém a havia amado como Jesus.
Maria Madalena demonstrou seu amor e fidelidade até o final. Esteve presente na sua crucificação (Jo 19.25) e sepultamento. Ela foi de madrugada ao sepulcro (Jo. 20.1,2), com certeza para embalsamar o corpo, pois era o costume judaico, mas o encontra vazio. Imagino que, naquela hora, o chão lhe tenha saído dos pés e o desespero lhe tomado o coração. Ela avisa Pedro e João, e eles vão e constatam o fato de que Jesus não estava mais lá. E eles voltam para casa. Mas ela não. Ela ficou sem reação. Ela não conseguiu sair de lá. Narrado em João 20.11-18.
Maria Madalena estava chorando com uma dor profunda, sem esperança, olhando para o sepulcro, não querendo acreditar no que havia acontecido. Devemos entender o que se passava em seu coração: o Salvador, o Messias, aquele que a libertara dos espíritos malignos, morrera. O que o futuro reservava para a sua vida, sua fé? Os ensinamentos maravilhosos que recebera do Mestre seriam apenas memórias? O que seria dela sem a presença de Jesus? Será que os demônios tornariam a atormentá-la?
Algo extraordinário acontece, dois anjos, um à cabeceira e outro aos pés de onde Jesus estivera, fazem a pergunta surpreendente do lado físico e também espiritual: “Por que choras?” Porque do lado físico Maria Madalena poderia dizer: não viram que o Mestre morreu e o levaram? Do lado espiritual os anjos poderiam lembrá-la do que o Mestre disse: Vou ressuscitar! Não sabes que o céu está em festa pela vitória na cruz?
Mas ela estava tão submersa em sua dor pessoal que era impossível perceber que Deus preparara o consolo dos altos céus, com a presença daqueles anjos. Então, o Senhor Jesus vem ressurreto para consolá-la. Ele repete a pergunta anterior dos anjos: “Mulher, por que choras?” e acrescenta outra: “Quem buscas?” Mergulhada em seu problema, em sua tristeza, não reconhece aquele que a restaurara e ensinara por tanto tempo. Pensara ser o jardineiro. E ainda responde: “Senhor, se tu o levaste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei.” Chega a ser engraçado, quantas palavras sem sentido, pois dá a impressão de que ela pensa em carregá-lo em seus braços. Uma mulher conseguiria carregar o corpo de um homem moribundo? Era uma missão inútil.
A princípio Jesus a chama de mulher, mas logo a chama pelo nome, com sua doce voz, com o carinho e amor que a sempre chamara. Que maravilha! Suas lágrimas eram de alegria por ter reconhecido a voz inconfundível que a convidara à salvação quando estivera possuída pelos demônios. Sua fé e esperança de Maria Madalena foram restauradas. Ela havia ouvido de sua boca que ele ressuscitaria, mas parece que se esquecera disso. Naquele momento a dor fora substituída pela presença do seu Salvador. Não havia mais choro e nem palavras vazias, e o Mestre a instruiu sobre o que deveria ser feito. É como se ele mesmo respondesse sua pergunta.
Por que choras? Eu já ressuscitei. Ela presenciara a sua crucificação, o seu corpo sendo ferido, o seu sepultamento, mas agora ele estava ali ao seu lado, conversando com ela. A vitória sobre a morte na cruz do calvário.
Por que choras? Vá avisar os outros. Ele ainda diz Jo 20.17 “não me detenhas” porque havia uma missão e o seu relacionamento com ela seria diferente. Ele subiria ao céu e o Espírito Santo viria para ser o consolador, sua atitude revela que o salvo se relacionaria com Deus em espírito e em verdade. Não pelo que se vê ou toca, mas pela fé naquele que ressuscitou. “Mas vai para meus irmãos, e dize-lhe…” Maria Madalena foi a primeira evangelista da ressurreição. Avisar sobre Aquele que venceu a morte. Que privilégio ímpar! Lembre-se que ela era conhecida por ter sido uma endemoninhada. Uma mulher desprezada, com certeza, pela sociedade. Ela teve a importante incumbência de anunciar que Jesus havia ressuscitado para aqueles que o abandonaram. Inclusive, Jesus os chama de irmãos em demonstração da grande graça de Deus. Que o amor dele independe de ações humanas.
Os discípulos estavam aterrorizados, desesperados, mas Maria Madalena chegou com a maravilhosa notícia que trouxe alegria aqueles corações. E logo Jesus apareceria para eles.
Por que choras? Eu voltarei… Jo17.20 “meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus” O mesmo cuidado, atenção e amor que o Pai tinha com seu filho, teria conosco também. Jesus dissera para eles “E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.” Jo 14.3 Acredito, que todas as palavras e promessas de Jesus voltaram em suas mentes, num piscar de olhos. A esperança renovada. A fé fortalecida. Todos os acontecimentos contribuiriam para a propagação futura do evangelho.
Assim como Maria Madalena anunciara que Jesus ressuscitara, todo crente em Cristo deve seguir seu exemplo e fazer o mesmo. Levar a bendita esperança ao pecador perdido. A esperança que não é a última que morre. A esperança viva e eterna que é o Senhor Jesus.
Situações em nossas vidas nos fazem chorar. Dor e lágrimas, muitas vezes, são incontroláveis. Mas temos as mais abundantes promessas para nos alegrarmos e regozijarmos no Senhor, que nos ama com amor perfeito. Aquele que nem a seu filho poupou por amor a nós. Desfrutemos então, da resplendente glória das inúmeras promessas que Deus faz, por intermédio de sua palavra.
Ao comemorarmos mais uma páscoa, tenhamos cravadas em nossas mentes e corações:
Por que choras? Eu já ressuscitei.
Por que choras? Vá avisar os outros
Por que choras? Eu voltarei.
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