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Foto do escritorEdição JA

Do tabernáculo no deserto, ao templo do Reino Milenar

ESTA COLUNA É DE RESPONSABILIDADE DOS PASTORES:


Em uma visão geral da história da revelação de Deus ao seu povo da Antiga Alianças, vamos começar pelo tabernáculo no deserto e terminar com o templo do Reino Milenar. Cada etapa tem importância teológica e histórica.

 

1. O Tabernáculo no Deserto (Êxodo 25-31, 35-40)

- Construído por Moisés, segundo as instruções de Deus.

- Localizado no meio do acampamento israelita.

- Simbolizava a presença de Deus entre o povo.

 

2. O Templo de Salomão (1 Reis 5-8, 2 Crônicas 2-5)

- Construído por Salomão, por volta de 950 a.C.

- Localizado em Jerusalém, no Monte Moriá.

- Foi o primeiro templo permanente.

 

3. A Destruição do Templo de Salomão (2 Reis 25, 2 Crônicas 36)

- Destruído pelos babilônios em 586 a.C.

- O povo judeu foi exilado.

 

4. O Segundo Templo (Esdras 1-6, Ageu 1-2)

- Reconstruído por Zorobabel por volta de 515 a.C.

- Foi restaurado durante o período persa.

 

5. Reformas de Herodes (Mateus 2:1, Lucas 1:5)

- Herodes, o Grande, reformou e ampliou o Segundo Templo.

- Foi concluído em 12 a.C.

 

6. Destruição do Segundo Templo (Mateus 24:1-2, Lucas 21:5-6)

- Destruído por legiões romanas em 70 d.C.

- Durante a Grande Revolta Judaica.

 

7. Templo da Tribulação (Daniel 9:27, 2 Tessalonicenses 2:4)

- Será reconstruído antes do retorno de Cristo que será no final da Grande Tribulação.

- Esse templo servirá a propósitos do anticristo.

 

8. Templo do Reino Milenar (Ezequiel 40-48, Apocalipse 21:22)

- Será construído após o retorno de Cristo.

- Simbolizará a presença de Deus no Reino.

 

DISPENSAÇÃO DA GRAÇA

 

- O Fim do Templo Judaico: A Nova Ordem Estabelecida por Jesus fez com que os salvos se tornassem templo de Deus (1 Co 3.16-17; 6.19-20).

 

- O Novo Testamento apresenta uma visão profunda sobre o fim da necessidade do Templo judaico como local de sacrifícios. Com a morte e ressurreição de Jesus, o Cordeiro de Deus, a era dos sacrifícios chegou ao fim. Com o fim do templo judaico, teve início a Dispensação da Graça estabelecida pelo próprio Cristo, o Messias rejeitado pelo seu próprio povo.

 

O Véu Rasgado

 

No momento em que Jesus pronunciou suas últimas palavras na cruz, "Está consumado" (João 19.30), o véu do templo que separava o Santo dos Santos rasgou-se de alto a baixo (Mateus 27.51, Marcos 15.38, Lucas 23.45). Esse evento indicou que a separação entre Deus e o homem foi removida. O sacrifício de Jesus, nosso Sumo Sacerdote Eterno de uma Nova Aliança, tornou desnecessários os sacrifícios e o próprio Templo.

 

O Início da Igreja

 

No Pentecostes, cinquenta dias após a ressurreição de Jesus, com a vinda do Espírito Santo para habitar no salvo, a Igreja nasceu (Atos 2). A partir desse momento, os crentes se tornaram o templo do Espírito Santo (1 Coríntios 3.16, 6.19). O templo físico não é mais necessário.

 

Rejeição do Messias e Consequências

 

A rejeição do Messias pelo povo judeu levou a uma religiosidade estéril. Sem o sacrifício do Cordeiro de Deus, os sacrifícios do Templo perderam seu significado e Deus permitiu que o templo físico fosse destruído por legiões romanas. Mas a insistência do povo judeu na rejeição a Cristo acabará culminando a uma nova afronta reconstruindo o templo e restabelecendo os sacrifícios desnecessários, pisando o sangue do Cordeiro. Essa rejeição levará a uma aliança com o Anticristo, durante a Tribulação (2 Tessalonicenses 2.4, Apocalipse 13.14-15). Esse templo, chamado de terceiro templo, servirá aos propósitos do Anticristo, de profanar o nome de Deus.

 

A Bíblia ensina que o Templo judaico não é mais necessário como local de sacrifícios. Jesus, o Cordeiro de Deus, realizou o sacrifício perfeito que era simbolizado pelos sacrifícios de animais. A Igreja, como templo do Espírito Santo, é nova dispensação estabelecida por Deus. A rejeição do Messias levou a uma religiosidade estéril e, fatalmente, de acordo com as profecias bíblicas, à aliança com o Anticristo.

 

Referências bíblicas: Mateus 27.51; Marcos 15.38; Lucas 23.45; João 19.30; 1 Coríntios 3.16, 6.19; 2 Tessalonicenses 2.4; Apocalipse 13.14-15.

 

AS DISPENSAÇÕES

 

O Dispensacionalismo é uma posição teológica que divide a história da relação de Deus com a humanidade em sete períodos (dispensações), cada um caracterizado por uma forma específica de relacionamento entre Deus e o homem.

 

As Sete Dispensações:

 

Essas 7 dispensações demonstram a soberania de Deus, destacando as mudanças na forma como Ele interage com a humanidade.

 

Inocência (Gênesis 1.28-3.6): Deu início à criação, com Adão e Eva vivendo em harmonia com Deus. Consciência (Gênesis 3.7-8.14): Após a queda, Deus estabeleceu a consciência como guia moral. Governo Humano (Gênesis 8.15-11.32): Deus estabeleceu o governo humano após o dilúvio. Promessa (Gênesis 12.1-Exodo 18.27): Deus fez alianças com Abraão, Isaque e Jacó. Lei (Êxodo 19.1-Atos 2.4): Deus deu a Lei aos israelitas por meio de Moisés. Igreja (Atos 2.5-2 Tessalonicenses 2.3): O período atual, em que Deus chama um povo para si através de Jesus Cristo. Esse povo é formado por convertidos de todas as nações da terra, inclusive judeus. Reino Milenar (Apocalipse 20.1-6): O futuro reinado de Cristo na Terra por mil anos.

 

Características importantes do Dispensacionalismo:

 

- Distinção entre Israel e a Igreja; - Entendimento literal da Bíblia; - Foco na soberania de Deus; - Visão futurista da profecia. O dispensacionalismo não é uma doutrina uniforme, pois apresenta variações entre seus proponentes.

 

Referências: Gênesis 1.28-3.6; Gênesis 3.7-8.14; Gênesis 8.15-11.32; Gênesis 12.1-Exodo 18.27; Êxodo 19.1-Atos 2.4; Atos 2.5-2 Tessalonicenses 2.3; Apocalipse 20.1-6.

 

DE VOLTA À QUESTÃO DO TEMPLO

 

De acordo com a teologia evangélica dispensacionalista, há uma distinção importante entre o templo judaico reconstruído em Israel antes da volta visível de Cristo (Revelação) e o templo do Reino Milenar de Cristo.

 

Templo Judaico Reconstruído:

 

1. Será um templo físico, localizado em Jerusalém, que será reconstruído antes do retorno de Cristo.

2. Será utilizado para o culto judaico e o retorno dos sacrifícios, numa afronta ao sacrifício de Cristo consumado na Cruz, numa tentativa religiosa de restauração dos rituais da Antiga Aliança.

3. Estará relacionado ao período de transição entre a Dispensação da Graça e do Milênio, conhecido como "Tribulação" ou "Sete Anos de Angústia de Jacó", durante os quais Israel será perseguido e Deus julgará as nações. É a septuagésima semana de Daniel.

4. O Anticristo profanará esse templo religioso, liderando a rebelião contra Deus (2 Tessalonicenses 24, Daniel 9.27).

 

Templo do Reino Milenar de Cristo:

 

1. É um templo espiritual e literal, que será estabelecido após o retorno de Cristo.

2. Será o centro do governo de Deus na Terra, durante o Reino Milenar de Cristo (Apocalipse 20.1-6).

3. Não haverá necessidade de sacrifícios, pois Cristo já realizou o sacrifício perfeito.

4. O templo será um símbolo da presença de Deus entre os homens, restaurando a relação direta entre Deus e a humanidade.

 

Diferenças principais:

 

1. Propósito: O templo judaico é para o culto e os sacrifícios, enquanto o templo do Reino Milenar é para a adoração e o governo de Deus.

2. Época: O templo judaico será reconstruído antes do retorno de Cristo, enquanto o templo do Reino Milenar será estabelecido após o retorno de Cristo.

3. Caráter: O templo judaico é uma tentativa de restauração da antiga aliança, enquanto o templo do Reino Milenar é uma realização da nova aliança em Cristo.

 

Essas distinções são fundamentais para a teologia dispensacionalista, que enfatiza a diferença entre a dispensação atual (Igreja) e a dispensação futura (Reino).

 

O MOVIMENTO SIONISTA E O ISOLAMENTO DE ISRAEL

 

O movimento sionista que tem conduzido o governo do estado de Israel tem sido objeto de debate entre os estudiosos da Bíblia e os observadores da geopolítica. Do ponto de vista escatológico, o sionismo é o instrumento que levará Israel ao completo isolamento em relação às nações do mundo, criando as condições adequadas para a aliança que eles farão com o Anticristo logo após o arrebatamento da Igreja.

 

O Contexto Bíblico

 

A Bíblia ensina que Israel tem um papel central na história da humanidade, como povo escolhido por Deus (Gênesis 12.3; Romanos 11.28-29). A rejeição de Jesus como Messias pelos líderes judeus (João 1.11) e a subsequente dispersão pelo mundo (Lucas 21.24) no início da "Dispensação da Graça" (Romanos 11.25-32), está dentro do projeto de Deus.

 

O Sionismo e o Estado de Israel

 

O movimento sionista, surgido no final do século XIX, buscava reestabelecer um Estado judeu na Palestina. Em 1948, esse Estado foi fundado, dando início aos conflitos com os árabes, principalmente muçulmanos. Os governos comandados pelo movimento sionista em Israel tem sido cada vez mais isolacionista em relação aos demais povos.

 

Isolamento total de Israel

 

A Bíblia profetiza que, nos últimos dias, Israel estará isolado em relação às nações do mundo (Ezequiel 38.8-12; João 16.2). Esse isolamento profetizado resultará da política agressiva do governo de Israel e da rejeição da autoridade divina (Isaías 28.14-18). O movimento sionista, ao buscar afirmar a soberania de Israel, a seu modo, contribui para esse isolamento.

 

A Aliança com o Anticristo

 

A Bíblia ensina que, durante o período do "Tempo do Fim", o Anticristo surgirá e fará uma aliança com Israel (Daniel 9.27; 1 Tessalonicenses 5.3). Essa aliança será uma tentativa de Israel, de garantir a segurança e a sua própria sobrevivência, mas acabará por levar à sua destruição (Mateus 24.15-22).

 

Do ponto de vista dispensacionalista, a relação entre o movimento sionista e o governo de Israel está criando as condições proféticas adequadas para o isolamento de Israel em relação às nações do mundo. Esse isolamento, por sua vez, abrirá caminho para a aceitação da aliança com o Anticristo logo após o arrebatamento da Igreja. É essencial que os crentes estejam atentos aos eventos que estão se desenrolando no Oriente Médio e busquem entender a perspectiva bíblica sobre tais eventos.

 

O Anticristo não será revelado enquanto a Igreja estiver aqui neste mundo, mas o estabelecimento de um governo mundial já está quase terminado em todas as instância necessárias: política, econômica e religiosa.

 

Referências: Gênesis 12.3; Romanos 11.28-29; João 1.11; Lucas 21.24; Romanos 11.25-32; Ezequiel 38.8-12; João 16.2; Isaías 28.14-18; Daniel 9.27; 1 Tessalonicenses 5.3; Mateus 24.15-22)

 

CONCLUSÃO

 

O mundo caminha a passos largos para o estabelecimento de uma governança mundial. O detalhe mais importante para o estabelecimento dessa governança é o que está acontecendo, de modo supranacional e transnacional, na acelerada concentração das riquezas do planeta em poucas mãos, preparando o terreno para o controle totalitario.

 

Concentração de Riquezas e Poder

 

A concentração de riquezas gera poder. Olhando para a história nós enxergamos três períodos sucessivos dessa atividade de concentração das riquezas gerando poder. O primeiro foi o período mercantil ou comercial, ocorrido entre os século XV e XVIII. O segundo período foi o industrial, iniciado por volta de 1780 na Inglaterra e estendeu-se até o início do século XX. Agora estamos no terceiro período, iniciado depois do final da segunda guerra mundial. Esse período está levando o mundo a uma concentração globalizada de riquezas e a um poder que não conhece limites, com capacidade para estabelecer uma oligarquia global capaz de exercer o controle total sobre as nações e seus governantes.


Entrega ao Anticristo

 

Com base no ensino da profecia bíblica, esse poder mundial, ao ser estabelecido, será entregue ao Anticristo, imediatamente após o arrebatamento da Igreja de Cristo (1 Tessalonicenses 4.13-18, 2 Tessalonicenses 2.1-4). Com as riquezas sob seu controle, o poder total estará em suas (Apocalipse 13). Ele terá controle econômico, pois ninguém poderá comprar ou vender sem a marca (Apocalipse 13.17). Terá controle político e social, governando com poder absoluto (Apocalipse 13.5-7), e controle religioso, pois todos serão forçados a adorá-lo (Apocalipse 13.15).

 

A entrega desse poder ao Anticristo intensificará o Reinado do Terror, contra Israel e as Nações, na tribulação, culminando com a Revelação de Cristo e a salvação de Israel com o estabelecimento do Reino de Cristo e a tão esperada paz para Jerusalém. Deus compre, no tempo certo, tudo o que promete. Nenhuma profecia se perderá!

 

E A IGREJA?

 

A Igreja tem diante de si o mesmo desafio de continuar sendo testemunha de Cristo, “... tanto em Jerusalém, como em toda a Judeia e Samaria, e até aos confins da terra” (Atos 1.8).

 

Ninguém pode deter o que está em formação neste mundo, mas as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja (Mateus 16.18). Só precisamos de obediência para continuar pregando a mesma mensagem de sempre. Nós, como Igreja, enquanto estivermos no mundo, o Espírito Santo, que está em nós, vai continuar detendo o aparecimento do Anticristo (2 Tessalonicenses 2)

 

Ao sermos arrebatados, a entrega desse poder ao Anticristo marcará o início de um reinado de terror jamais visto. O alvo primário desse terror, será Israel, mas, também as nações serão atingidas. A “Grande Tribulação”, será encerrada através da Revelação de Cristo e a salvação de todo o remanescente de Israel. Será o momento para o estabelecimento do Reino de Cristo e a tão esperada resposta das nossas orações pela paz de Jerusalém e, consequentemente, de toda a terra.

 

Deus sempre cumpre, no seu tempo, tudo o que promete. Nenhuma profecia se perderá!

 

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