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Foto do escritorGenaina Reder

Discipulado


 

O discipulado é essencial na vida cristã, especialmente quando estamos começando na caminhada com Cristo. São tantas lutas, tantos problemas, tantas dúvidas, tantas perguntas, tantos textos bíblicos não compreendidos.

 

Mas, o discipulado não tem sido priorizado na igreja contemporânea, especialmente nas grandes cidades, onde o tempo é cada vez mais corrido, as demandas do dia a dia e da vida se acumulam, é difícil conciliar tudo e ainda ter tempo para caminhar com alguém. Digo isso, porque discipular requer essencialmente investimento de tempo na vida de outra pessoa.

 

Já não há investimento de tempo nos relacionamentos quotidianos. Até os membros de muitas famílias vivem distantes, se não física, emocionalmente. Mal sabem o que os outros estão fazendo, com o que se preocupam, quais são seus anseios e necessidades, quanto mais de uma terceira pessoa, com quem, o vínculo é infinitamente menor. John Sittema afirma que discipular é “reproduzir a si mesmo e a sua fé na vida de outros”.

 

Temos em Mt 28.18-20 e Mc 3.14 uma ordem clara para a prática do discipulado. Jesus no seu ministério terreno praticou e ensinou o discipulado. A igreja necessita resgatar o discipulado, não só no conceito, mas, na prática. O discipulado é o modelo Bíblico onde é possível desenvolver o caráter de Cristo na vida dos salvos.

 

O alvo do discipulado é preparar discípulos para usar os seus dons e talentos na igreja, proporcionando um fortalecimento qualitativo, que resultará naturalmente na multiplicação de outros discípulos, sem nos esquecer que o Senhor Jesus exige que façamos discípulos dele e não nossos.

 

Ser um discipulador requer compromisso, primeiramente com Jesus e com o Reino de Deus, depois, com alguém, isto é, com o discípulo, que além de receber ensino e formação intelectual, também estará sendo formado espiritualmente. John Sittema afirma: “esse processo requer o desenvolvimento de um relacionamento de confiança, de exemplo, de revelação do nosso coração e da nossa fé ao discípulo que, por sua vez deve imitar o padrão de fé do seu mestre.

 

O discipulador deve ter consciência que também continua se desenvolvendo, crescendo e amadurecendo espiritualmente. O Apóstolo Paulo em Filipenses 3.12 deixa isso claro “...não que o tenha já recebido, ou tenha obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus”.

 

A Bíblia é rica em exemplos de discipulado, de homens que investiram as suas vidas na vida de outros homens que por consequência, geraram outros discípulos, sem falar no próprio Jesus que treinou 12 homens, para que aprendesse com Ele, continuassem a anunciar e fizessem outros discípulos. Barnabé, parece-me, compreendeu de maneira singular a sua responsabilidade em discipular. Paulo se converte no caminho de Damasco. Paulo era um profundo conhecedor das Leis, do Velho Testamento, não precisava que Barnabé o ensinasse sobre isso (talvez até soubesse mais que Barnabé), mas Paulo precisava de alguém que o apoiasse e que o colocasse em condições de servir a igreja e Barnabé foi fundamental neste processo (Atos 9.26-27; 13.1-3.). Barnabé mais uma vez coloca a sua vocação de discipular em ação com João Marcos, que após ter se desentendido com o Apóstolo Paulo e o abandona numa missão, é acolhido por Barnabé, que investe na sua vida, ajuda-o a desenvolver o seu caráter cristão a tal ponto que, no final do seu ministério o Apóstolo recomenda a Timóteo o envie João Marcos, pois lhe seria útil para o ministério do apóstolo. (Atos 13.13; 15.37-39; 2 Tm 4.11.).

 

Não temos dúvida do discipulado do Apóstolo Paulo com o Jovem Timóteo, que mais tarde veio a tornar-se pastor e cuidar do rebanho do Senhor. O Apóstolo dirige a Timóteo essas palavras: “e o que da minha parte ouviste, através de muitas testemunhas, isso mesmo, transmite a homens fiéis e também idôneos para que instrua a outros”. (Atos 16.1-2; 2 Tm 2.2). Os benefícios, a necessidade e os objetivos do discipulado cristão são muitos, porém, hoje o meu propósito é refletir com você que está lendo este texto é: - Cumpro a ordem de Cristo quanto a fazer discípulo? A minha igreja investe em discipulado? Qual foi a última vez que discipulei alguém? Que tal (re)começar agora mesmo?


Genaina Reder

Guarulhos SP

 

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